Para os mais distraídos, a frase “Leiria não existe” anda por aí há algum tempo e tem sido usada por variadíssimas entidades, como elemento de comunicação e mesmo como título de obras criativas, como a recente música de Inês Apenas, entre outras iniciativas.
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VP disse:
Ex.mo Paulo Carreira da Silva, “Leiria não existe” não é um jogo de palavras mas sim a fotografia de uma triste realidade. Moro aqui há 5 anos e tenho visto tudo cair, ano após ano, em total confusão. Uma cidade à procura de um destino a seguir, animada por pessoas que dão a impressão de estar correndo atrás de uma lebre, impossível de alcançar. Uma frota “Jurássica” de carros com bem mais de 18 anos, mas a palavra de ordem é “verde”. Ninguém que respeite quaisquer regras de trânsito, num turbilhão de atividades que parecem não levar a lugar nenhum. Ginásios cheios de Personal Trainers que acompanham pessoas que deveriam estar no trabalho às 11 da manhã para ganhar pouco mais de 1.000€ por mês nos casos mais sortudos. Trabalho que, “felizmente” alguém diz, é feito por imigrantes porque os portugueses já não querem fazê-lo (..?!?). Entretanto, questionamo-nos se é apropriado levar gatos para passear na coleira e não perdemos a oportunidade de organizar uma série interminável de festas de “aldeia”. Na lista disponibilizada pelo Eurostat, Portugal está na mesma lista que a Grécia entre os 20 países mais pobres da Europa e está apenas três posições atrás dele com um rendimento per capita de cerca de 15 mil PPS (Purchasing Power Standard “poder de compra a paridade do custo de vida”), aproximadamente 40% inferior à média europeia. Se pensarmos que a Grécia foi objecto de um fracasso catastrófico, isto, em teoria, deveria ser um elemento de grande preocupação. Caro Paulo Carreira da Silva, o seu artigo fala-nos de “grandes sistemas” mas aqui estamos ainda no ABC e o alfabeto é muito longo.