Assinar

Subscreva!

Newsletters RL

Saber mais

Inês Morte

Personal trainer e docente IPLeiria

Mantenha-se ativo, mantenha-se são!

Para quem está isolado e privado da rotina diária, o stress é neste momento a maior ameaça à saúde.

Nestes tempos de isolamento e consequente inatividade e sedentarismo, há algo que é universal e crucial: ter saúde, e saúde entenda-se como o “estado de completo bem-estar físico, mental e social” (OMS, 1990).

As preocupações são mais que muitas, e consequentemente refletem-se no espírito de cada indivíduo e agridem o organismo. As fontes de ansiedade e stress fazem-nos mal, tanto física como psicologicamente. Para quem está isolado e privado da rotina diária, o stress é neste momento a maior ameaça à saúde.

O nosso corpo é capaz de produzir diferentes hormonas que, devido à sua principal ação “boa” ou “má” para o nosso organismo, tem consequências no sistema nervoso, endócrino e imunitário.

Em situações de stress, a adrenalina e noradrenalina aumentam os seus níveis e consequentemente sentimos o ritmo cardíaco e respiratório acelerar, a tonicidade muscular e a tensão arterial aumentar, e o sangue coagula mais facilmente. O cortisol, também ele libertado em maior quantidade origina uma produção de energia mais duradoura. No homem da atualidade, em pequenas quantidades o stress traz benefícios, contudo dadas as contingências atuais há um excesso de stress crónico e nocivo. A hipersecreção de adrenalina e de cortisol de forma prolongada ou repetida, levam a um estado de tensão prejudicial à saúde.

Por esta razão surgem as dores musculares, as funções internas são afetadas, o sistema imunitário fica debilitado, gera-se um estado inflamatório, o facto de o sangue coagular mais facilmente (mais espesso) contribui para a acumulação de gordura nas artérias, e a hipertensão tende a manter-se.

Ao nível mental, é normal sentir insónia, fadiga, ansiedade, frustração e não menos importante, os efeitos negativos ao nível da memória, mudanças no apetite, redução de energia, sensação de solidão.

É fundamental procurar formas de reduzir e gerir o stress. A melhor forma de o combater é fazer com que a produção de hormonas “boas” (benéficas) seja incentivada. Elas vão ajudar a que nos sintamos mais felizes e saudáveis. A dopamina e serotonina retardam o ritmo respiratório e cardíaco, reduzem a tensão, estimulam a digestão e melhoram o trânsito intestinal. Quando os níveis destas hormonas conseguem compensar as anteriores, é possível ficar menos ansioso, menos deprimido, menos irritável, menos nervoso. As endorfinas, que têm a particularidade de ser segregadas por todas as células do corpo, são verdadeiros calmantes naturais, proporcionando uma sensação agradável, tanto ao nível do espírito como do corpo. Com isto, é fácil de perceber que todos nós temos a capacidade de gerar comportamentos que favoreçam a produção de hormonas “boas” e reduzir as hormonas “más”.

Contudo, a nossa dificuldade é ter capacidade de nos acalmarmos perante esta realidade que estamos a viver, e torna-se essencial para a nossa sobrevivência encontrar meios externos para reforçar o aumento da produção destas hormonas de modo a manter a positividade e a saúde mental e física.

E como se pode estar “bem” num momento de crise como este?

É do conhecimento de todos os benefícios do exercício físico, eles estão amplamente descritos pela Organização Mundial de Saúde e outros sites de referência. Contudo, quero salientar os benefícios do exercício físico ao nível mental (psicológico e cognitivo).

Num momento como estes o cérebro é o principal beneficiário da prática e rotina do exercício físico. E se a mente está bem, o corpo tem tudo para também estar bem.

A prática do exercício físico leva ao aumento da produção e libertação de endorfinas na corrente sanguínea e consequentemente gerar a sensação de bem-estar e sentimentos de tranquilidade. É possível manter-se fisicamente ativo sem sair de casa. Os requisitos mais importantes são criar uma rotina e estar motivado.

Como técnica de exercício físico, e tendo em mim todo este conhecimento e plena consciência de que esta é a realidade de muitas pessoas, sinto-me na obrigação de intervir como agente no âmbito da saúde e bem-estar, aconselhando os seguintes pontos:

  • Crie uma rotina (hora, só ou acompanhado) e consolide o hábito de fazer exercício físico em casa. Desta forma mantém-se ativo e pode usufruir de todos os benefícios que o exercício físico traz, nomeadamente na gestão de stress e ansiedade.
  • Encontre a forma de promover o hábito do exercício físico para a manutenção e melhoria de saúde (se for caso), garanta segurança, comodidade, conforto e motivação.       
  • Se não conseguir sozinho, procure ajuda de um profissional qualificado. Os técnicos de exercício físico ajudam-no a identificar o estímulo, o trigger adequado a si, à sua realidade, a sua verdadeira necessidade, e que despolete vontade e motivação de (re)consolidar este hábito do exercício físico.
  • Procure as plataformas digitais que lhe garantam acompanhamento, segurança e fiabilidade nas aulas e treinos que são dadas online. Nesta fase, é fundamental ter um bom acompanhamento. Procures os melhores.
  • Não se deixe vencer pelo cansaço do isolamento, pela letargia e passividade. Para tal, mantenha um pensamento positivo, este ajuda-o em muito.
  • Mantenha-se ativo para o bem da sua saúde, proteja-se e #fiqueemcasa.