Sempre me surpreendeu a capacidade de sofrimento dos portugueses, muitas vezes confundida com resignação. É verdade que gostaria que fôssemos mais inconformados, mas reconheço que este dado de carácter faz de nós um povo excecional, capaz de encarar a mudança mesmo quando esta implica sacrifício.
Passos Coelho, político inexperiente e arrogante, subestimou o povo português. Embalado pelo mito dos brandos costumes, o nosso primeiro acreditou que poderia aplicar a sua receita liberal a todo o custo, empobrecendo quem vive do seu trabalho. Mas ao revelar um trágico desconhecimento da realidade nacional e um total desrespeito pela nossa inteligência, minou a réstia de confiança que tínhamos nas instituições democráticas.
A resposta que demos no sábado enche-me de orgulho. Numa manifestação pacífica mas com uma firme mensagem de repúdio pelo caminho suicida que nos querem impingir, mostrámos que continuamos a acreditar na democracia mas também que exigimos novas formas de participação cívica, que enriqueçam a democracia representativa.
Não foi a primeira vez que participei numa manifestação nem será provavelmente a última. Mas, desta vez, foi diferente. Foi a primeira vez que senti, verdadeiramente, o nosso povo unido. E, como muitos gritámos: o povo unido jamais será vencido!
(texto publicado a 21 de setembro de 2012)
Luís Pereira disse:
Eu estou pronto para ir para a RUA! Há mais alguém?
Luís Pereira disse:
O POVO UNIDO!!! Não basta dizê-lo! Temos é que mostrar que somos um POVO, que não se une só quando há Futebol. Temos é que mostrar que nos sabemos defender de quem nos quer matar à FOME! Temos é que começar a olhar para a (miséria envergonhada) do nosso vizinho do lado. Temos é que começar a olhar para as (colossais fortunas) que do nada apareceram, nos bolsos de quem está bem (RELACIONADO). Temos é que ir para a rua, e mostrar não por palavras, mas sim por ações, que somos descendentes de um POVO, que nem o MAR temeu!!!