
Olá caro leitor. Vivo fora de Portugal há cerca de três anos e tenho orgulho em ter sido nestes anos todos uma cidadã ativa, interessada e que segue as notícias. No entanto, pequei! Durante estas últimas duas semanas não tenho mostrado qualquer interesse ou lido qualquer linha que seja. E agora que o caso Carrilho vs. Guimarães perdeu o fôlego, será que há assim tanta coisa que me faça perder o meu tempo? Ora, aparentemente ainda há. Novamente, o Facebook informa-me que quatro ministérios foram há uns dias invadidos em Lisboa por um sindicato nacional – a faísca que faltava para reacender o meu interesse. Há vozes que falam de um novo 25 de Abril, outras que soam ao velho do Restelo. Eu, que me classifico como uma anarquista no armário, estranhamente chegou-me o ceticismo ao nariz. Gosto da ideia da revolução, mas esta cheira-me a tiro furado. Os mídia pouco dizem, e fica tudo resolvido em poucas horas com reuniões calendarizadas. Pergunto-me: como correu este processo de negociação? Quais eram os objetivos dos protestantes? Porque não existe mais análise jornalística? Talvez tenha mau gosto, mas prefiro ler notícias bafientas sobre sindicatos e protestos, do que discussões públicas sobre a vida do político e da apresentadora de televisão. O que pensa o leitor?
(texto publicado na edição de 5 de dezembro de 2013)