Se o calendário nos convoca para novo ano, logo a história nos devolve ao tempo que era. Esta arrepia o movimento daquele outro. A contradição não traz equilíbrio, antes ameaça o destino, se acaso destino existir para lá do caminho que a vida nos permite caminhar. “O ano passado não passou, continua incessantemente”. Gostaríamos, de num lance surpreendente, descobrir sentidos e inaugurar esperanças. Esse desejo é, porém, esmagado pelo peso do que nos foge, do que se nos fecha, do que se tornou irremediável. “Em vão marco novos encontros. Todos são encontros passados. As ruas, sempre do ano passado, e as pessoas, também as mesmas, com iguais gestos e falas”.
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