Tema recorrentemente propalado, tendo até um secretário de Estado…
Imaginemos que um jovem que, tendo começado um negócio, necessita amplia-lo. Ups. 1ª dificuldade. Cacau. Pilim. Não há, mas ok, não vamos desistir. Com o apoio da ANJE, pode ser que a coisa vá. Aprovado o projeto, e ao abrigo de um protocolo com o banco do Estado, a CGD, recomendam o financiamento! 2ª dificuldade. O projeto foi avaliado pelo banco mas este exige fiadores. Mesmo para pequenos montantes. 3ª dificuldade. A quem pedir que seja fiador? Os pais. Óbvio! Pois… Mas o pai não pode. (Está desempregado, tem problemas financeiros, uma qualquer coisa das que afetam, hoje, tantos). Bem… Um jovem recorrerá, naturalmente, a outro jovem. (Sim, os amigos dos jovens, costumam ser outros jovens…). Um que tenha emprego e que seja efetivo. E que ganhe… 1.000 € mês. Pois… Não chega! A coisa complica-se. Se não chega, digam que fasquia colocam. Quem pode servir para fiador? Aí a porta fecha-se com estrondo! Isso fica ao critério do banco! Apresente que “a gente” logo lhe diz se serve ou não!
De facto este é um país que está longe do que desejei. Tão longe que, empreender, apesar dos incitamentos, é só para ricos. Em Portugal, só se pode empreender numa viagem para nos levar daqui para fora, ou em arranjar emprego no Estado. Pode vir pouquinho e com tendência a diminuir. Mas sempre vem algum.
(texto publicado a 21 de dezembro de 2012)