Na sala de refeições ainda se vê uma pia que pertencia ao antigo lagar de azeite. O edifício serviu também de armazém agrícola do poeta Afonso Lopes Vieira e entrou em ruína, até Paulo Fetal o reabrir como restaurante, em 1997. Da janela vê-se o ex-líbris da freguesia, a nora, alimentada pelo rio Lis. À mesa servem especialidades de sempre, como a sopa de peixe com coentros, a cabidela de galo, o pato assado no forno com arroz de castanhas (ao sábado), a mão de vaca com grão, o polvo à lagareiro ou o cabrito. Rodolfo Fetal, filho do fundador e atual gerente deste restaurante e hotel, explica que se introduziram “elementos de fusão” nas sugestões diárias do chef, a par da ementa fixa e tradicional, com sabores mais familiares. Do poke de atum com crocante de arroz e algas ao tataki de atum com arroz frito e bimis ou à garoupa grelhada sobre arroz de bivalves à Bulhão Pato, há espaço para inovar, acompanhar as estações e sair “fora da caixa”, comenta o chef Rafael Ferreira. Os peixes vêm da lota da Nazaré, o porco da Sertã, utilizam-se excedentes de hortas locais e ainda as espinhas, ossos, cascas ou talos para fazer caldos e molhos, chips e pós. Da aliança entre sabores típicos e técnicas modernas, visível na preparação da barriga de leitão, que cozinha a baixa temperatura em sous vide durante 36 horas, nascem propostas distintas, sem esquecer clássicos regionais como as morcelas de arroz e as Brisas do Liz, para degustar também na esplanada.
Fonte: Região à mesa 2019 e Guia de Bem Comer 2024