Arte Pública Leiria

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Leiria Paredes com História. “Estamos a fazer parte da história da arte em Portugal e no mundo”

Leiria Paredes com História completou quatro anos e Ricardo Romero diz que o festival já colocou Leiria no mapa da arte urbana. Em entrevista ao REGIÃO DE LEIRIA, o curador e responsável da associação Riscas Vadias discorda da crítica à falta de referências locais nas pinturas e garante que o projeto abriu portas ao trabalho de artistas da região.

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Arte Pública Leiria já está no roteiro dos colecionadores de “cromos” de arte urbana

Quer descobrir o roteiro da Arte Pública Leiria? Agora já há forma de encontrar o mapa: a M Gallery & Studio, inaugurada dia 13 de dezembro, é a “casa” do projeto que desde há dois anos convida artistas de renome para deixar marca na cidade, através de obras de arte urbana que estão a mudar a paisagem de Leiria.  A galeria da rua Comandante João Belo é encarada como a peça que faltava no projeto da associação Riscas Vadias e surge na sequência do sucesso do projeto Arte Pública Leiria. Lá, além das exposições com artistas convidados, é possível pedir o desdobrável que convida a passear pela cidade, apreciando as obras feitas. Segundo um dos responsáveis da associação, Ricardo Romero, as próximas edições de Arte Pública Leiria já estão em preparação: “Estamos a trabalhar nas próximas duas edições. Vamos abrir às freguesias e estamos a trabalhar com alguns artistas que vão dar uma ainda maior visibilidade ao projeto” que, com um espaço físico instalado na cidade, “vai crescer”: “As pessoas vêm a Leiria por causa do Arte Pública Leiria. Vêm ver algumas peças que não encontram em mais lado nenhum em Portugal. Alguns destes artistas nunca tinham pintado em Portugal, como os PichiAvo“, sublinha. O movimento de apreciadores de arte urbana está a crescer em Portugal. “Há mesmo colecionadores de ‘cromos'”, descreve Ricardo Romero. São pessoas que andam de cidade em cidade, procurando “aquela” obra para fotografarem. E Leiria já entrou nesse circuito. “É sempre difícil aferir o retorno do investimento feito, porque as obras estão na rua. Mas basta falar com as pessoas de Leiria. Dos 8 aos 80 anos, toda a gente sabe que existe e o impacto geral é bastante positivo. Até na autoestima das pessoas”, defende Romero, que é, também ele, autor de alguns trabalhos, no âmbito do Projecto Matilha. Quase todos os dias os responsáveis de Arte Pública Leiria recebem feedbacks e questões colocadas por quem quer visitar as pinturas de Leiria. “É reconfortante ouvir a opiniao das pessoas. O efeito é tão forte que parece que já o fazemos há 20 anos”, nota Ricardo Romero. Ao fim de dois anos, a marca deixada pelo projeto na cidade garante “uma consistência grande”. “Isto vai-se conquistando”, sublinha, reconhecendo que a galeria M é consequências “desse afirmar do projeto”. “Se calhar este espaço no primeiro ano de Arte Pública não fazia muito sentido. Hoje é muito mais fácil”. Os efeitos também se notam na arte urbana feita em Leiria.  “Tem havido a percepção que é possível fazer-se as coisas de forma mais organizada. Antes do Arte Pública Leiria havia intervenções que não eram muito pensadas. Talvez as pessoas tenham começado a perceber que isso podia ter consequências e que podiam não ser positivas para o que queríamos”, admite Ricardo Romero. De há dois anos para cá “há uma outra preocupação com as intervenções em espaço público” em Leiria, acredita o artista e promotor. “Temos de perceber a dimensão de Leiria e o contexto histórico. Hoje, em Leiria, o senso comum aceita bastante bem a arte pública”. Mas, claro, nem tudo é unânime: Ricardo Romero sabe que “há sempre quem não concorde – e mal de nós se isso acabar”. “Mas se as pessoas perceberem que aquilo que vão fazer pode ter um papel um bocadinho mais importante… Arte Pública Leiria serviu sobretudo para isso: para credibilizar aquilo que é arte pública e o graffiti“. Algumas imagens das pinturas que surgiram nas paredes da cidade na segunda edição de Arte Pública Leiria, em 2018. Destas, quatro estão junto ao percurso Polis, enriquecendo de interesse os passeios junto ao Lis, e outra no alçado de uma unidade hoteira vizinha do Mercado de SantanaFotos: CML

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