Associação Portuguesa Amigos de Raul Follereau

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Lepra é quase inexistente em Portugal mas já atingiu a região de Leiria

A doença de Hansen, vulgarmente conhecida como lepra, é praticamente inexistente em Portugal. Segundo Ana Silva, responsável do programa de doenças transmissíveis e da doença de Hansen do Agrupamentos de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACES PL), não há registo de novos casos em Portugal, entre a população portuguesa desde 2015. Os casos identificados desde então foram importados de países em que a lepra é altamente prevalente. Na região de Leiria, foi reportada, em 2018, uma recidiva “com forma de lepra lepromatosa” relacionada com um caso inativo no concelho da Marinha Grande desde 2010. O tratamento do doente foi supervisado pelo Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar de Leiria durante um ano, encontrando-se agora em vigilância, adianta Ana Silva. Os últimos dados da evolução da doença no distrito remontam a 2010, ano em que o acompanhamento dos casos passou a ser efetuado a nível hospitalar devido à quase inexistência de casos. Nesse ano, o ACES PL registava um caso inativo em vigilância na Marinha Grande e um outro – um dos últimos registados na região – em Porto de Mós. Já em 2005, e a nível distrital, estavam identificados “quatro casos ativos em tratamento, três inativos em tratamento (casos em que as análises deram negativas mas o doente deve ser mantido em tratamento) e 30 inativos em vigilância (já sem tratamento)”. Em 2008, a situação evoluiu para três casos ativos e um inativo em tratamento, e 21 inativos em vigilância. A especialista em Saúde Pública refere não haver registo em 2020 de qualquer novo caso em Portugal de acordo com o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), embora admita “que possam existir casos que não estejam devidamente identificados, uma vez que a atual pandemia prejudicou seriamente o acompanhamento das outras doenças infeciosas”. Em 2019, contudo, haviam sido notificados seis novos casos com origem “em países em que há ainda uma grande prevalência da doença como Moçambique, Nepal e Brasil, etc.” No caso da lepra, como de outras doenças dermatológicas menos comum, “é sempre solicitado o apoio dos colegas de Dermatologia que fazem o diagnóstico e decidem o esquema terapêutico” que se baseia, “habitualmente, em esquema triplo com Dapsona, Rifampicina e Clofazimina”. “A medicação é disponibilizada pela Direção-Geral da Saúde e a toma supervisada, se necessário, pela Equipa de Família do centro de saúde”, esclarece Ana Silva. 68 Há 68 anos que o Dia Mundial dos Doentes de Lepra é assinalado a 31 de janeiro. A efeméride, dinamizada em Portugal pela APARF desde 1987, visa alertar e sensibilizar a população para o impacto da doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A data é ainda aproveitada pela associação para a realização de um peditório nacional, destinando-se as verbas a apoiar doentes e famílias e promover ações de luta contra a doença e outras causas de marginalização social Apoio a doentes e famílias “Apesar da progressiva redução do número de doentes, a doença ainda não foi erradicada, sobretudo em países pobres onde todos os anos surgem inúmeros casos novos”, alerta a Associação Portuguesa Amigos de Raul Follereau (APARF). Para o sucesso da cura, é essencial o “combate à desnutrição, à falta de água potável e aos parcos padrões de higiene”, acrescenta a associação, que dá conta do registo, em 2019, de 202.185 novos casos de lepra em 160 países. Ainda segundo a APARF, que apoia em Portugal doentes de lepra e famílias desde 1987, “a região Litoral Centro (Coimbra, Leiria, Lisboa e Vale do Tejo) foi, tradicionalmente, a mais atingida pela doença”. A doença de Hansen é uma doença infeciosa crónica, causada pela Mycobacterium Leprae, caracterizada por largo período de incubação (até dez anos ou mais). Não sendo hereditária, é contagiosa, nomeadamente “em ambientes e entre populações que sofrem de desnutrição, sem acesso a água potável e, portanto, de baixos padrões de higiene”. “Quando não é diagnosticada e tratada atempadamente, evolui e causa úlceras ao nível da pele, afeta o sistema nervoso periférico, mutila, provoca a cegueira e a morte”, explica ainda a APARF.

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A doença de Hansen, vulgarmente conhecida como lepra, é praticamente inexistente em Portugal. Segundo Ana Silva, responsável do programa de doenças transmissíveis e da doença de Hansen do Agrupamentos de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACES PL), não há registo de novos casos em Portugal, entre a população portuguesa desde 2015. Os casos identificados desde então foram importados de países em que a lepra é altamente prevalente. Na região de Leiria, foi reportada, em 2018, uma recidiva “com forma de lepra lepromatosa” relacionada com um caso inativo no concelho da Marinha Grande desde 2010. O tratamento do doente foi supervisado pelo Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar de Leiria durante um ano, encontrando-se agora em vigilância, adianta Ana Silva. Os últimos dados da evolução da doença no distrito remontam a 2010, ano em que o acompanhamento dos casos passou a ser efetuado a nível hospitalar devido à quase inexistência de casos. Nesse ano, o ACES PL registava um caso inativo em vigilância na Marinha Grande e um outro – um dos últimos registados na região – em Porto de Mós. Já em 2005, e a nível distrital, estavam identificados “quatro casos ativos em tratamento, três inativos em tratamento (casos em que as análises deram negativas mas o doente deve ser mantido em tratamento) e 30 inativos em vigilância (já sem tratamento)”. Em 2008, a situação evoluiu para três casos ativos e um inativo em tratamento, e 21 inativos em vigilância. A especialista em Saúde Pública refere não haver registo em 2020 de qualquer novo caso em Portugal de acordo com o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), embora admita “que possam existir casos que não estejam devidamente identificados, uma vez que a atual pandemia prejudicou seriamente o acompanhamento das outras doenças infeciosas”. Em 2019, contudo, haviam sido notificados seis novos casos com origem “em países em que há ainda uma grande prevalência da doença como Moçambique, Nepal e Brasil, etc.” No caso da lepra, como de outras doenças dermatológicas menos comum, “é sempre solicitado o apoio dos colegas de Dermatologia que fazem o diagnóstico e decidem o esquema terapêutico” que se baseia, “habitualmente, em esquema triplo com Dapsona, Rifampicina e Clofazimina”. “A medicação é disponibilizada pela Direção-Geral da Saúde e a toma supervisada, se necessário, pela Equipa de Família do centro de saúde”, esclarece Ana Silva. 68 Há 68 anos que o Dia Mundial dos Doentes de Lepra é assinalado a 31 de janeiro. A efeméride, dinamizada em Portugal pela APARF desde 1987, visa alertar e sensibilizar a população para o impacto da doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A data é ainda aproveitada pela associação para a realização de um peditório nacional, destinando-se as verbas a apoiar doentes e famílias e promover ações de luta contra a doença e outras causas de marginalização social Apoio a doentes e famílias “Apesar da progressiva redução do número de doentes, a doença ainda não foi erradicada, sobretudo em países pobres onde todos os anos surgem inúmeros casos novos”, alerta a Associação Portuguesa Amigos de Raul Follereau (APARF). Para o sucesso da cura, é essencial o “combate à desnutrição, à falta de água potável e aos parcos padrões de higiene”, acrescenta a associação, que dá conta do registo, em 2019, de 202.185 novos casos de lepra em 160 países. Ainda segundo a APARF, que apoia em Portugal doentes de lepra e famílias desde 1987, “a região Litoral Centro (Coimbra, Leiria, Lisboa e Vale do Tejo) foi, tradicionalmente, a mais atingida pela doença”. A doença de Hansen é uma doença infeciosa crónica, causada pela Mycobacterium Leprae, caracterizada por largo período de incubação (até dez anos ou mais). Não sendo hereditária, é contagiosa, nomeadamente “em ambientes e entre populações que sofrem de desnutrição, sem acesso a água potável e, portanto, de baixos padrões de higiene”. “Quando não é diagnosticada e tratada atempadamente, evolui e causa úlceras ao nível da pele, afeta o sistema nervoso periférico, mutila, provoca a cegueira e a morte”, explica ainda a APARF.

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