Surma: José Mário Branco “foi um vanguardista”
A artista Surma, nome artístico de Débora Umbelino, afirmou hoje que José Mário Branco foi “um vanguardista” e um músico único no panorama musical português. A artista de 24 anos teve o seu primeiro contacto com a música de José Mário Branco aos oito anos de idade, em casa do avô, quando fazia de banda sonora enquanto terminava os trabalhos de casa. Só mais tarde descobriu a “grande complexidade” da obra do cantautor que morreu aos 77 anos de idade, referiu. Já no liceu, com 17 ou 18 anos, Débora Umbelino começou a “entrar no mundo lírico” de José Mário Branco, tendo ficado encantada pelos seus arranjos. “Ele era mesmo fora para a época. Era um vanguardista”, disse à agência Lusa a artista de Leiria, que este ano reinterpretou o tema “Ronda do Soldadinho”, ‘single’ de 1969, a convite da Antena 1, a propósito das comemorações do 25 de Abril. Para Surma, José Mário Branco, pela forma como trabalhou os arranjos e quis “arriscar”, acabou por abrir “um leque de oportunidades para a música portuguesa”. “É um mundo único e uma personalidade que não se vê hoje em dia”, vincou. Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco, que morreu em Lisboa, na noite de segunda para terça-feira. É considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, sobretudo no final dos anos 1960, quando estava exilado em França, e durante o período revolucionário. Lusa